Renegociação de dívidas fica em segundo plano

Pesquisa aponta que algumas pessoas decidiram cancelar os serviços


Renegociação de dívidas fica em segundo plano

O brasileiro está mais endividado e, mesmo assim, não recorreu à renegociação para se livrar dos débitos. É o que mostra pesquisa da startup de gestão de finanças pessoais Mobills, feita entre os dias 2 e 13 de julho com mais de 1.500 usuários da plataforma. Do total de respondentes, mais da metade (51,2%) não chegou a negociar nenhum pagamento de suas despesas durante a pandemia.

Dentre os que optaram por não tentar um novo acordo, vale destacar que a maior parte deu um jeito e seguem adimplentes (28,5 pontos percentuais dos 51,2% deram essa resposta), enquanto teve quem não quis tentar negociar, mas cancelou pelo menos os serviços que pagavam anteriormente e o levaram à dívida (11,4 pontos percentuais). O restante (11,3 pontos percentuais) simplesmente deixou de pagar e se tornou inadimplente.

E a situação do endividamento das famílias piorou na pandemia. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada em julho, aponta que o volume de brasileiros com dívidas aumentou, atingindo 67,4%. Uma das causas de parte dos endividamentos é que poucas pessoas sabem que é possível renegociar algumas despesas e dívidas.

Já os outros 48,8% que disseram terem negociado algum tipo de pagamento ou dívida nos últimos meses, uma boa parte (o equivalente a 35,9 pontos percentuais dos 48,8%) afirmou que continua pagando o valor negociado, enquanto os demais (12,9 pontos percentuais) retomaram o pagamento integral.

Carlos Terceiro, CEO e fundador da Mobills, explica que o momento pede uma avaliação dos consumidores em relação ao orçamento pessoal e que tentar negociar algumas contas pode ajudar a manter as finanças em dia.

“A maioria das pessoas teve a rotina afetada nos últimos cinco meses, com isso as prioridades mudaram e algumas despesas podem não fazer tanto sentido atualmente. Para negociar um pagamento, a dica é ser o mais cordial possível com o credor. O contato pessoalmente geralmente resulta em uma negociação melhor, mas para evitar sair de casa, a conversa por telefone é uma opção”, diz o executivo.

 Já para negociar uma dívida o primeiro passo é conhecer o valor real que ela se encontra, ou seja, o valor da sua despesa somado com os juros. Parece algo simples, mas muitas pessoas sequer conhecem qual a taxa de juros que incide sobre seus pagamentos. Outra dica super válida é organizar as dívidas por ordem decrescente das taxas de juros, priorizando o pagamento das que possuem os juros mais altos antes.

Para organizar, ele indica que os consumidores anotem os ganhos e gastos mensais e revejam onde é possível reduzir custos. Para ajudar, Carlos lista abaixo os principais serviços e despesas que podem ser negociados:

Plano de celular

Com muitas pessoas trabalhando em regime home office, investir em um plano melhor da rede de internet da casa pode ser uma opção, enquanto o plano do celular pode ser diminuído, já que o uso da internet 4G diminuiu e as ligações tradicionais podem ser substituídas por plataformas de ligação on-line, como WhatsApp, Zoom e Hangouts.

Dívidas no setor bancário

Os maiores bancos do país estão atendendo aos pedidos de prorrogação de dívidas e empréstimos, tanto de micro e pequenas empresas como pessoas físicas. A prorrogação é de 60 dias para a maioria dos bancos, mas para solicitar a prorrogação é preciso entrar em contato com a instituição, que analisará cada caso de forma individual, levando em consideração o histórico do cliente e outras condições.

Mensalidades de escolas

Os serviços de ensino podem antecipar férias e utilizar de outros artifícios para reposição de aulas, isto está previsto na prerrogativa dada a estas instituições pela natureza dos serviços que prestam. Por isso, as escolas podem cobrar os valores normalmente. No entanto, nada impede que o consumidor busque negociar com a instituição abatimentos nos pagamentos, principalmente, se houver parcelas referente a serviços que não estão sendo utilizados.

Um exemplo são os contratos de ensino em tempo integral, nas quais se paga pela refeição dos alunos. Levando em consideração que os alunos não estão utilizando essa parte do serviço, a estimativa desse custo poderia ser descontada dos valores pagos mensalmente. O sucesso da negociação deve envolver os princípios de boa-fé, razoabilidade, equilíbrio e bom senso.

Aluguéis

Nos contratos de aluguel, a negociação é exclusiva entre as partes. Nesse sentido, o bom inquilino, que sempre paga seu aluguel em dia, pode ter vantagem nessa negociação. A crise e a situação que enfrentamos é complicada para todos. Assim, também não é de interesse do proprietário ficar sem receber o aluguel. Por isso, antes de qualquer atraso, é aconselhável que o inquilino entre em contato com o locatário para um acordo. O ideal é que a conversa mostre com sinceridade as condições para um acordo e que ambas as partes encontrem uma solução que seja a menos prejudicial possível.

 

Fonte: Valor Investe 

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