Joe Biden na eleição dos EUA

O que esperar em tecnologia?


Joe Biden na eleição dos EUA

O mês de novembro de 2020 começou com um tema principal logo na primeira semana: a eleição presidencial para os Estados Unidos. Com vitória nas projeções dos órgãos de imprensa norte-americanos, o democrata Joe Biden terá uma série de tarefas a executar no segmento de tecnologia.

O Detetive TudoCelular compilou quais são as principais propostas e os posicionamentos do futuro presidente dos EUA na área, para você entender o que poderá esperar de Biden tanto em âmbito nacional quanto internacional – o que inclui o Brasil. Entenda a seguir:

Futuro das Big Tech

 

Mesmo com diminuição de impostos promovida por Donald Trump ao longo do seu mandato, o maior apoio das grandes empresas do Vale do Silício – as chamadas “Big Tech – penderam para o candidato democrata.

Em outras palavras, as empresas entendem que o governo de Biden teria ações mais previsíveis que Trump, mesmo com os riscos de aumento dos tributos e das regulamentações.

Relatórios de campanha revelados pela CNN em setembro mostraram que as doações de empresas como Amazon, Google, Facebook e Apple no mês de julho foram três vezes maiores para a chapa democrata do que aos republicanos.

Lei Antitruste e Artigo 230

Uma das atuações da Casa Branca a partir de 2021 será em posicionamentos quanto a dois assuntos ligados diretamente às gigantes de tecnologia: a Lei Antitruste e o Artigo 230 da “Lei da Decência nas Comunicações”.

No primeiro caso, as autoridades norte-americanas têm movido ações contra as Big Tech por abuso de posição dominante – como já vimos com Google, Amazon, Facebook e Apple. Por mais que a ala mais à esquerda do Partido Democrata queira que os processos vão à frente, a possível permanência do Senado com maioria republicana deverá impedir a sequência desses processos.

Por outro lado, Biden já prometeu revogar o Artigo 230 da “Lei da Decência nas Comunicações” assim que assumir o cargo. A norma impede ações judiciais ligados a conteúdos publicados por terceiros e recebeu queixas de democratas – que entender exonerar os sites de suas responsabilidades – e republicanos – os quais reclamam de ataques à liberdade de expressão.

“Neutralidade da rede” e privacidade

A tendência é que o presidente eleito também tenha posicionamento favorável à chamada “neutralidade da rede”, a qual sempre teve em Trump um opositor. O conceito se baseia no princípio de igualdade de tratamento e acesso ao conteúdo online.

A atenção ainda estará voltada a questões sobre privacidade na internet. Uma possibilidade é a criação de uma lei de proteção de dados até mais rígida contra as Big Tech do que foi a GDPR europeia. Mas tudo dependerá de como ficará dividido o Senado americano.

Carros elétricos e Indústria 4.0

 

Como parte de seu foco em economia sustentável e sem prejuízos ao meio ambiente, uma das medidas na campanha de Biden é voltada ao desenvolvimento de carros elétricos no país. O plano do democrata inclui a implantação de mais 500 mil postos de recarga para veículos movidos a eletricidade.

Na visão do presidente eleito, a utilização majoritária de automóveis desse tipo depende da existência de mais estabelecimentos para que consigam carregar a bateria. Ele também não pretende conceder novas licenças para exploração de petróleo e gás em terras públicas nem dar subsídios para combustíveis fósseis.

A intenção do plano de governo é que, até 2050, os Estados Unidos tenham 100% de uso de energia limpa. Para isso, pretende investir a quantia de US$ 1,7 trilhão e gerar 10 milhões de empregos bem remunerados no setor. Biden ainda quer aplicar US$ 400 bilhões nas chamadas indústrias do futuro – ou Indústria 4.0.

EUA vs China

 

Após uma série de medidas protecionistas do governo de Donald Trump em relação à China, o mundo da tecnologia espera uma abordagem mais “suave” de Joe Biden na política externa – mesmo que ele tenha posições contrárias ao país asiático quanto a questões humanitárias.

Para as empresas do setor, a política do presidente eleito pode ajudar a reduzir o risco de perder cliente no mercado chinês. Um exemplo disso é a Apple, que tem 15% de suas vendas dependentes do país oriental. Intel e AMD são outras companhias que também possuem atuação forte na China.

Made in America

Apesar de possivelmente afrouxar as grandes restrições impostas por Trump, Biden não deve escancarar a produção para o estrangeiro. Ele conta com um plano chamado de Made in America, para investir em manufatura nos Estados Unidos, assim como pesquisa e desenvolvimento de tecnologia.

Da mesma forma, os legisladores de ambos os partidos também teriam preocupações sobre o avanço contínuo da China nesse setor. Ou seja, um plano do tipo não deverá enfrentar grande resistência da Câmara dos Representantes nem do Senado.

EUA vs Brasil

 

Uma das expectativas de mudança é para o leilão das frequências destinadas ao 5G no Brasil. A tendência é que o país tupiniquim tenha mais “tranquilidade” na decisão se empresas chinesas – mais especificamente a Huawei – poderão fornecer a tecnologia, mas isso não significa que não haverá mais pressão.

Como já foi falado mais acima, Joe Biden também possui restrições à China em alguns âmbitos. Isso significa que deverá existir alguma recomendação para não adotar a tecnologia chinesa, mas sem a abordagem mais incisiva igual acontece com Trump.

O resultado prático vai depender da relação que Biden e Bolsonaro estabelecerão. Caso o contato esteja estremecido, não seria uma surpresa se o presidente brasileiro decidir incluir a Huawei na adoção do 5G no país, como forma de retaliação aos EUA.

É importante ressaltar que o futuro presidente já se mostrou contrário a atitudes do governo brasileiro para não evitar que haja desmatamentos e queimadas na Amazônia, o que poderá ser um fator de cuidado no futuro dos dois países.

Pandemia do coronavírus

 

Não podemos nos esquecer da gestão relacionada à pandemia do coronavírus. O assunto desde o início tem despertado o lado da tecnologia por diversas questões: o primeiro abalo sentido no mundo foi relacionado a cadeia de suprimentos da indústria tech; o assunto demanda a ação direta da ciência, que está ligada intrinsecamente com os meios tecnológicos; e as medidas de contenção da pandemia geram envolvimento com aumento de uso da internet e de dispositivos que permitam comunicação remota.

O tema é considerado uma das prioridades de Biden para governar os Estados Unidos. Desde antes de tomar posse, o ex-senador e ex-vice-presidente do país já criou uma equipe de transição com conselho consultivo contra a Covid-19.

O grupo de especialistas em saúde pública – que conta com uma brasileira entre os integrantes – terá a função de aconselhar Joe Biden e a vice, Kamala Harris, no enfrentamento da pandemia. Entre as iniciativas, estão a abordagem para conter o aumento nas infecções, a proteção dos grupos de risco e a distribuição futura gratuita de uma vacina eficaz e segura.

FONTE: TUDOCELULAR

 

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