Ingredientes para impressão 3D de alimentos

Refeição do Futuro


Ingredientes para impressão 3D de alimentos

Tecnologia já permite imprimir produtos como chocolates, pudins e macarrão em poucos minutos. Integrante do projeto estima que em curto prazo ela chegará ao consumidor.   Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), e da França trabalham no desenvolvimento de novos ingredientes para impressão 3D de alimentos.   O projeto é uma parceria entre o Grupo de Estudos em Engenharia de Processos (Ge²P), da Esalq/USP, e de grupos da Oniris (Ecole Nationale Vétérinaire Agroalimentaire et de l’Alimentation Nantes Atlantique) e Inrae (Institut National de Recherche pour l'agriculture, l'alimentation et l'environnement).   Coordenador do Ge²P, o professor Pedro Esteves Duarte Augusto explica que a tecnologia de impressão 3D tem sido utilizada em diversas áreas e pode permitir a criação do "alimento do futuro".   “Através dessa tecnologia é possível obter alimentos com características específicas, como formatos, sabores, cores e composições, que podem ser tanto interessantes e divertidos, como úteis em situações como para alimentação de crianças, idosos ou enfermos, considerando características nutricionais e de textura específicos para cada necessidade”, explica o professor.

Bianca Chieregato Maniglia, pesquisadora que desenvolveu o projeto na França com períodos no Brasil e Itália — Foto: Arquivo Pessoal

O pesquisador estima que a impressão de produtos complexos ainda levará algumas décadas, mas revela que essa tecnologia já permite imprimir produtos como chocolates, pudins e massas alimentícias, como macarrão, em poucos minutos.

O foco do projeto, no entanto, não é buscar reproduzir alimentos já existentes hoje, inclusive pela composição complexa de frutas e carnes, por exemplo, que possuem tecidos com diferentes tipos de células.

 

"Ainda estamos longe de desenvolver uma máquina que imprima um x-burguer pronto para ser consumido. Por outro lado, se pensarmos em alimentos como sanduíches, algumas partes podem ser impressas, mesmo que demandem outros processos: a massa do pão poderia ser impressa no formato desejado, por exemplo, mas ainda seria necessário colocá-la no forno”, exemplifica.

 

Mas o desenvolvimento de novos ingredientes é essencial para garantia da qualidade da refeição criada por meio do método, garante Augusto.

Tecnologia permite a impressão 3D em poucos minutos, segundo pesquisador — Foto: Arquivo Pessoal

 

Géis de amido

 

A ideia do projeto começou na França, com os pesquisadores Alain Le-Bail da Oniris e Patricia Le Bail, do Inrae, que iniciaram o estudo de impressão 3D de alimentos e procuraram parceiros para o desenvolvimento de ingredientes.

O grupo da USP possui experiência no desenvolvimento de ingredientes com diferentes performances, em especial baseados em amido, obtidos de vegetais como milho, mandioca, batata, arroz, entre outros.

 

"São [ingredientes] largamente utilizados em diversas indústrias, principalmente devido às propriedades de formar gel e absorver água. O nosso estudo modificou amidos com diferentes tecnologias para obtermos melhor performance para impressão 3D”, detalha Bianca Chieregato Maniglia, pesquisadora que desenvolveu o projeto na França com períodos no Brasil e Itália.

Protótipo desenvolvido pelos pesquisadores para estudar as propriedades de alimentos — Foto: Arquivo pessoal

 

“Juntando a experiência de todos os envolvidos, conseguimos obter géis com melhor qualidade de impressão, resultando em alimentos com melhor forma, definição e textura, todos parâmetros essenciais para a aceitabilidade do produto”, afirma Bianca.

 

Os pesquisadores destacam que a composição desses produtos pode ser ajustada às necessidades do cliente, o que é um passo importante para a produção de alimentos personalizados.

 

Quando chega ao mercado?

 

Embora mais estudos sejam necessários para explorar novos ingredientes e funcionalidades, os pesquisadores afirmam que a impressão 3D de alimentos tem crescido muito rápido e que em curto prazo o consumidor terá contato com a tecnologia.

A pesquisa foi desenvolvida com projeto financiado pela região francesa do Pays de la Loire e no Brasil pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), contando ainda com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) Capes.

por G1

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