- Publicado em
- 28/12/2023
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Só se fala em uma coisa: estamos vivendo um momento de intensa transformação. A evolução tecnológica mudou a maneira com que nos relacionamos, trabalhamos e vivemos. O mundo se conectou, a indústria se automatizou e a comunicação foi reinventada. E não para por aí: a transformação ainda está em curso, com novidades que se apresentam todos os dias. A questão é que, com avanço tão rápido, nós, as pessoas, ainda estamos tentando entender e nos acostumar a este novo cenário.
Recentemente na palestra de Romeu Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, que tratava justamente disso. Ele contou que nos últimos dois anos seu time de corretores diminuiu de centenas para apenas dezenas de colaboradores. O investimento com mídia impressa fora substituído 100% por digital. E sua rotina passara a ser coberta de aplicativos e soluções tecnológicas para mensurar resultados de campanhas e vendas em tempo real.
Ele resumiu bem o que vivenciou e aprendeu com a mudança: “Só os profissionais fodásticos sobreviverão a essa nova realidade. Não há mais espaço para colaboradores medianos.” Pois é: o mundo dos negócios está se transformando rapidamente e precisamos acompanhar o ritmo.
A tecnologia parece tornar tudo mais fácil, mais prático, otimizando tempo e custo. As reuniões tornam-se cada virtuais, as empresas se desdobram para robotizar seus atendimentos e operações e os relacionamentos passam a ter como principal ponto de encontro as redes sociais.
Tudo parece perfeito. Mas não é. Falta colocar foco em um ponto essencial: o ser humano.
O MAIOR DESAFIO TECNOLÓGICO É A HUMANIZAÇÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos dez anos o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% — são 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. No Brasil, 5,8% da população sofre com a doença. Nesse contexto, a maior causa de estresse entre os brasileiros atualmente é o receio de perder o próprio emprego. Além do aumento da competitividade, há também a substituição de postos de trabalho por robôs e plataformas digitais customizadas para atender necessidades da empresa.
O trabalho (ou a falta dele) está contribuindo para deixar as pessoas doentes.
No meio da revolução tecnológica surge um vazio: e o calor humano? O olho no olho? O coração batendo mais forte? Com tanta mudança, o ser humano parece esquecido.
A experiência de ser atendido por um robô começa a exigir que ele seja mais real. As marcas se desdobram para humanizar sua linguagem. Queremos falar com pessoas, não com máquinas. Os clientes chegam até as marcas através de tecnologia, mas buscam encontrar interação humana no final do processo.
No fim das contas, a maior revolução da era digital é colocar as pessoas no centro da experiência. A tecnologia é coadjuvante, ela veio para ficar e melhorar os processos, produtos e serviços, mas no final o foco precisa estar nas pessoas. São elas que consomem e, acima de tudo, são elas que detêm o poder criativo, a inventividade e a capacidade de inovação.
Fonte: Automotive Business/Paula Braga