Telemedicina

Estamos discutindo a regulação da telemedicina e efetivamente deixando de lado as prerrogativas pétreas para um sistema pautado por equidade, universalidade e integralidade para mergulhar num terreno cinzento sobre os quais a comunidade ainda busca modelos referenciais

O ponto de partida é o da qualidade que ganha relevo dentro do princípio da segurança que materializa a relação com o paciente como elemento central da prática assistencial. Sem isto, a discussão nem mereceria ser iniciada. Dentro deste foco como mecânica atenuante de uma sociedade com conhecimentos assimétricos é que surge a regulação para promover "transparência, simplicidade, tratamento justo, responsabilidade e acesso dentro de um mundo de equilíbrio que proponha soluções sustentáveis também dentro da dinâmica financeira.

A partir daí podemos inserir o mundo digital que aproxima universos até então inconversáveis , acelera relações até então inexistentes e propõe respostas para quem nunca as teve . Fato é que isto tudo assusta mas não pode ser mais forte que a justiça social que pode proporcionar

A noção de fronteira tem sensivelmente mudado para se adaptar às novas relações econômicas, sociais e culturais entre os Estados e as cidades. Essa tendência mostra os limites entre as noções de rede e de fronteira. Portanto, o mundo é ou está plano e esta proximidade ou esta distância no mundo digital não existe.

No espaço da web, a mobilidade é constante porque os programas computacionais de gestão propõem novas possibilidades de links para navegar de um site a outro ou de um domínio a outro. As redes sociais na web são bons exemplos de fronteiras-redes pois as pessoas do mundo inteiro podem ser conectadas e interagir entre elas sem precisar considerar o espaço geográfico ou as fronteiras clássicas.

Supõe-se que a fronteira sob sua nova forma seja uma espaço distinto daquele de um Estado, fechado por um objetivo e controlado pelas instituições

Cada pessoa é um nó no espaço ligado com outras dos links livres ou dos links semânticos por profissão, interesse, lazer e também na busca de seu cuidado e portanto por mais que queiramos cercear esta tal liberdade, venho a informar que a telemedicina já começou.

A questão do papel do Estado para regular o fluxo das informações nas suas zonas geográficas, pois as fronteiras-redes se sobrepuseram as questões de geografia , de ideologias e de políticas já é fato superado . A plataforma de redes sociais Facebook instalou um programa de cartografia de redes digitais para mostrar as ligações e as trocas entre as pessoas. Esse mapa revela que as relações entre as pessoas ultrapassam as fronteiras clássicas.

E aí surge um discurso de possíveis e legítimos interesses do capitalismo. O  problema não é o capitalismo, mas o corporativismo pois para as estruturas vigentes não há interesse em de fato rever os modelos atuais . Fato é que freiam neste caso o discurso da inovação dentro da lógica do lucro de alguns em prejuízo dos demais até em parte como fruto de um recente capitalismo brasileiro que no caso beneficiou quem se aproximou por mecânicas impróprias do Estado mas o que não é a regra.

A quem interessa a telemedicina? Aos hospitais ? Sim, pois eles hoje necessitam respostas de maior eficiência capaz de separar a alta da baixa complexidade . As operadoras? Sim , pois elas tem sido demandadas para busca de mais soluções que permitam criar alternativas menos onerosas dentro da perspectiva da equidade. Mas o fato é que a telemedicina interessa sim ao paciente que já vem fazendo uso dela e a quer como uma resposta ágil, segura e menos onerosa. Aos médicos, nem questiono pois seu compromisso hipocrático o vincula ao interesse do paciente e por e para ele é que estão aqui.

Portanto, aqui somos todos a favor desde que convergentemente busquemos a forma mais segura de fazer.

Texto extraído do https://www.linkedin.com