- Publicado em
- 09/03/2023
Carregando...
A educação executiva é um negócio em expansão no Brasil. Além das instituições tradicionais que se dedicam à formação dos líderes empresariais, o nicho começa a ser explorado por consultorias e redes sociais profissionais. A novidade inclui a expansão de universidades corporativas de empresas e de associações de classe. KPMG, EY, Linkedin e Catho são alguns dos novos participantes. O mercado está aberto, mas a concorrência não chega a abalar a hegemonia das escolas de negócio e universidades tradicionais porque elas costumam dar suporte a alguns desses programas.
A Catho, portal brasileiro de classificados de empregos que desde 2016 faz parte do grupo australiano Seek, líder global no segmento de emprego on-line, fez sua aposta ao lançar a Catho Educação, unidade de negócios desenvolvida em parceria com 200 instituições de ensino e escolas de negócios. O programa ajuda alunos a fazerem graduação e pós-graduação, MBA e especialização.
Funciona como um banco de vagas que consegue repassar descontos de até 75% nas mensalidades. As aulas podem ser na Estácio, Unip, Kroton, Anhembi Morumbi, São Judas, Cruzeiro do Sul e Universidade Positivo, entre outras. A ideia já beneficia 8 mil alunos só em cursos de pós-graduação, MBA e especialização. "Não adianta mais falar apenas em emprego. As pessoas se preocupam com carreira", diz Cristóvão Loureiro, diretor da Catho Educação.
O LinkedIn, maior rede profissional global na internet com mais de 300 milhões de participantes em todo o mundo, fez uma aposta de US$ 1,5 bilhão em 2015 com a aquisição da lynda.com, empresa americana líder em ensino on-line, e a transformou no LinkedIn Learning, que oferece soluções ligados a negócios e tecnologia. Os assinantes individuais, corporativos, acadêmicos e governamentais têm acesso à biblioteca de vídeos lynda.com e Video2Brain de mais de 6.300 cursos e mais de 267.000 tutoriais em vídeo.
A empresa também fornece conteúdo em alemão, francês e espanhol sob o nome da marca video2brain. A novidade promete uma revolução na aprendizagem com módulos para o desenvolvimento de gestores e líderes de empresas. A plataforma ainda não oferece cursos em português, mas os brasileiros que têm a conta Premium na rede têm acesso ao LinkedIn Learning.
A EY, reconhecida como líder mundial em consultoria de negócios e serviços de integração de sistemas, montou sua universidade corporativa em 2007 para atender as necessidades de capacitação do pessoal da empresa, mas evoluiu para academia. Há dois anos começou a atender o público externo. Hoje são 1.200 professores para aprimorar profissionalmente os 5 mil funcionários do grupo, mas também para difundir os conhecimentos em soluções financeiras ou tributárias, de gestão ou liderança.
O modelo de competências da EY não dispensa o recurso a instituições especializadas. A Fundação Dom Cabral é parceira em programas de liderança. O MBA in-company é desenvolvido com o Ibmec no Rio e com a Fundação Getulio Vargas em São Paulo. "Objetivo é acelerar a carreira das pessoas e ter profissionais qualificados mais rapidamente para reduzir o gap de qualificação do país", afirma Armando Lourenzo, diretor da universidade corporativa da EY.
A KPMG, uma das maiores empresas internacionais de prestação de serviços profissionais de auditoria, tributação, consultoria e gestão estratégica, no ano passado transformou seu centro de formação executiva em unidade de negócio. O foco é a formatação de programas de formação executiva. Já capacitou 380 alunos de 253 empresas diferentes.
Além do Risk University, um programa modelado para profissionais de áreas de risco, como auditoria e controles, com aprendizado e atualização em governança e conformidade, oferece mais seis cursos. Um deles é de técnicas de entrevistas investigativas de fraudes. As aulas são presenciais, mas a Academia EY já está desenvolvendo uma plataforma na internet. "Dar treinamento é parte da consultoria. O viés diferente agora é tratar como unidade de negócios para contar com os recursos e o pessoal necessários", diz André Coutinho, sócio da área educacional da KPMG.