Jovens talentos da tecnologia

Uma das melhores partes do meu trabalho na Microsoft é ver talentos brasileiros desabrocharem, apresentando ideias de aplicação da tecnologia com potencial de se tornarem produtos e serviços capazes de transformar vidas. É uma satisfação que se renova mais fortemente a cada ano, durante as etapas da Imagine Cup, a competição mundial que a Microsoft promove para transformar projetos acadêmicos em startups de sucesso.

Jovens comprometidos em resolver problemas sérios da sociedade disputaram a fase latino-americana da Imagine Cup 2018, que envolveu mais de 5 mil competidores e cerca de 180 projetos. E entre os 13 finalistas da América Latina, dez focalizaram a área da saúde, utilizando tecnologias de ponta como Inteligência Artificial (IA), aprendizado de máquina, blockchain e big data em soluções na nuvem que foram desde diagnóstico remoto de diabetes até gamificação para facilitar a adaptação do uso de próteses. 

Não por acaso, foram três projetos voltados à saúde os vencedores desta etapa da Imagine Cup 2018, em animado evento realizado em São Paulo no dia 24 de maio passado. O Brasil foi um dos vencedores com o ADAM Robô. A equipe paranaense do Centro Europeu criou uma solução que utiliza IA para identificar problemas oftalmológicos como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia com o compromisso de fornecer o resultado em até cinco minutos a um preço acessível. O México venceu com o projeto Eranoi, um sistema de monitoramento que mede, em tempo real, os sinais vitais de um paciente como frequência cardíaca, oxigênio no sangue e atividade elétrica do coração, baseado em aprendizado de máquina e Inteligência Artificial. A terceira vaga na final mundial ficou com o projeto Lexia, da Argentina. Usando tecnologia de blockchain pública aberta, a solução armazena prescrições médicas com o objetivo de viabilizar o acesso das informações do paciente em futuras consultas e evitar fraudes.

Os três valorosos times vão representar nosso continente na final mundial, em Seattle, EUA, no mês de julho. Lá, 34 equipes do mundo inteiro mostrarão seus projetos, disputando prêmio de mais de 100 mil dólares, somando dinheiro, viagens e créditos em nuvem, como subsídio para o desenvolvimento de suas ideias, além de mentoria do nosso CEO, Satya Nadella.

E pensar que estamos na 16ª edição dessa Copa do Mundo de inovação e empreendedorismo! O Brasil foi finalista em 9 das 16 edições e nesses 16 anos, os brasileiros e brasileiras que participaram da Imagine Cup deixaram sua marca de inventividade e visão de negócios. Um dos exemplos é Juliana Glasser, CEO da Carambola, empresa desenvolvedora de sistemas personalizados. Juliana aproveitou bem as oportunidades da Jornada Empreendedora da Microsoft, um conjunto de programas de incentivo que abrange desde capacitação tecnológica até aceleração de startups. Apaixonada por tecnologia, Juliana começou pelos treinamentos de capacitação em tecnologia, deu aulas de sistemas no Centro de Inovação Microsoft e, em 2010, participou da Imagine Cup. Venceu a etapa brasileira e classificou seu projeto em terceiro lugar na final mundial. Três anos depois, realizou seu sonho de oferecer software sob medida, fundando a Carambola e contando com o apoio da Microsoft pelo programa de créditos na nuvem Azure para startups.

Também já levantamos a taça de campeões mundiais. Em 2015, a equipe brasileira eFitFashion conquistou os jurados com o projeto Clothes For Me, um marketplace online desenvolvido para vender roupas personalizadas e sob medida de um jeito simples, utilizando um software para gerar padrões de roupas automaticamente, com base nas medidas do usuário. A função do marketplace é conectar clientes, costureiras e empresas de vestuário em todo o mundo, oferecendo a eles um canal confiável para entrar em contato. O time contou com a mentoria de Satya Nadella, e o Clothes For Me já se tornou empresa. Aliás, 60% dos projetos participantes da Imagine Cup tornam-se startups.

O talento brasileiro coleciona participações importantes nas etapas mundiais da Imagine Cup, como no ano passado, com a Bubu Digital, uma chupeta inteligente que identifica sinais de febre em bebês, e em 2016, com o game Sonho de Jequi, da equipe mineira Tower Up. Por meio dessa iniciativa da Microsoft, nossos jovens podem se conectar a estudantes de todo o mundo e ter acesso a ferramentas, recursos e experiências que transformem ideias inovadoras em realidade e contribuir com a competitividade do Brasil. Aos times que passaram da etapa latino-americana, meus sinceros parabéns. Sorte em Seattle!