- Publicado em
- 28/12/2023
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A aula mais disputada de Yale não é sobre economia, direito ou política. O curso que mais atraiu estudantes ao longo da história de 317 anos da famosa universidade norte-americana ensina felicidade.
Uma disciplina sobre a psicologia do bem-estar já atraiu cerca de 1.200 estudantes — o equivalente a 25% de todos os alunos de graduação da instituição. Para atingir ainda mais interessados, uma versão online e gratuita do curso acaba de ser lançada na plataforma Coursera.
Agora você deve estar se perguntando: por que alguém faria um curso sobre algo tão pessoal e subjetivo quanto a satisfação com a vida?
O curso de Yale, pelo menos, combina teoria e prática. Além de ensinar o que pesquisadores do comportamento humano já descobriram sobre a felicidade, a docente Laurie Santos convida os alunos a aplicar estratégias para se sentirem mais realizados.
Ao jornal "The New York Times", a professora diz que, desde muito cedo, a escola ensina aos jovens que a alegria é a última das prioridades. Daí o interesse pelas suas aulas — e também a intensa procura por atendimento psicológico na universidade, solicitado por mais de 50% dos estudantes de Yale em 2013.
A febre dos cursos sobre felicidade também é sentida em outras grandes universidades norte-americanas. Em Harvard, por exemplo, o professor israelense Tal Ben-Shahar já atraiu mais de 1000 alunos interessados em como a psicologia positiva pode ajudá-los a sentir mais prazer com a vida.
Não é difícil imaginar as razões por trás desse fenômeno — provavelmente você já deve ter a sua própria teoria.
Se for otimista, pode entender que a absurda popularidade de cursos sobre felicidade indica que esse tema está finalmente recebendo a atenção que merece da academia.
E o fato de que grandes instituições como Yale e Harvard estejam apostando em cursos sobre o tema consolida a ideia de que o bem-estar é, sim, um tema tão relevante para a vida humana quanto produtividade, eficiência ou riqueza. Parece bom, não?
Não, responderiam os mais pessimistas. Afinal, o que essa busca frenética por aulas de felicidade revela sobre o estilo de vida contemporâneo? Será que as classes em Yale e Harvard estariam tão lotadas se a sociedade estivesse funcionando de forma saudável? É possível que essa obsessão pela felicidade tenha algo a ver com a multiplicação de casos de depressão nos últimos anos?
Fonte: Publicado em 17 de abril de 2018 por Claudia Gasparini
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