- Publicado em
- 28/12/2023
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A principal vantagem desses cursos está na ponta da língua dos usuários: a flexibilidade. As pessoas têm a chance de estudar em qualquer lugar e a qualquer momento!
Confira como funciona:
Cursos online são indicados para qualquer pessoa, de qualquer idade e em qualquer condição profissional, pois atendem às mais diferentes circunstâncias. Podem ser feitos em busca de algum tipo de qualificação para a atividade atual ou como embasamento para iniciar um negócio paralelo com o objetivo de obter renda extra ou encaminhar um plano B, precaução sempre aconselhável em um mercado em constante transformação. Podem ser também aliados fundamentais para quem pretende conseguir o primeiro emprego ou está tentando uma recolocação, além de eventualmente funcionarem como simples lazer, para aliviar as tensões do trabalho.
O fato é que, independentemente do motivo, quem nunca fez um curso online deveria experimentar a modalidade em 2018, sob risco de ignorar uma onda que tem ajudado a impulsionar a vida profissional de muita gente. Há uma grande variedade de opções a preços acessíveis-- a maior parte sai por menos de US$ 100 -, ou até mesmo gratuitas.
Pode-se adquirir novos conhecimentos em temas diretamente ligados à vida corporativa, como vendas e recursos humanos, ao desenvolvimento pessoal - liderança, produtividade, felicidade, criatividade, motivação, idiomas etc -, ou ainda a assuntos que, mesmo que nasçam como hobbies, podem vir a se tornar trabalhos remunerados, a exemplo de maquiagem, fotografia, música ou cuidado com pets.
A principal vantagem dos cursos online está na ponta da língua dos usuários: a flexibilidade. "A chance de estudar em qualquer lugar e a qualquer momento cai muito bem no meu cotidiano", diz Paulo Moraes, 33 anos, gerente de projetos de uma empresa especializada em segurança da informação, a Real Protect, do Rio de Janeiro.
Carregando seu iPad para onde quer que vá, ele já fez vários cursos, em temas que vão desde motivação até marketing na internet, graças ao aproveitamento daquelas brechas de tempo que a maior parte das pessoas simplesmente desperdiça, como no transporte coletivo ou à espera do atendimento em bancos ou consultórios médicos, por exemplo. "Uso esses momentos de segunda a sexta para adiantar o estudo e no fim de semana, em casa, consigo me dedicar às tarefas que exigem mais tranquilidade", descreve o executivo, que já adquiriu um curso de oratória para ser o primeiro do novo ano.
Responsabilidade pelo aperfeiçoamento
Ao assumir a responsabilidade pelo próprio aperfeiçoamento profissional - ele não pediu nem espera qualquer ajuda da empresa para pagar os cursos que faz-, Moraes tem um comportamento que ainda pode ser considerado diferente da média dos seus compatriotas. Uma pesquisa recente feita em seis países pela Udemy, uma das principais plataformas globais de cursos on-line, investigou justamente essa questão.
Quando questionados sobre "quem é o principal responsável pela sua capacitação?", os brasileiros escolheram com mais frequência as respostas "o governo" (33%) e "o empregador" (23%), aparecendo a resposta "eu mesmo" apenas em terceiro lugar (22%). Nos Estados Unidos, a relação é inversa: 36% responderam "eu mesmo", enquanto 27% responderam "o empregador" e 20% "o governo".
O cenário brasileiro tende a mudar, contudo, diante da constatação de que não se pode mais ficar parado à espera das ações dos outros. Dois terços dos profissionais brasileiros ouvidos na mesma pesquisa disseram estar se sentindo pessoalmente atingidos pela falta de algumas habilidades para enfrentar o mercado de trabalho atual, o que se reflete em falta de confiança em suas habilidades disponíveis no momento. Na França, 75% dos profissionais acreditam saber tudo o que precisam para executar seu trabalho, enquanto no Brasil esse percentual é de 54%. A culpa, muitas vezes, é transferida ao sistema educacional: só 49% dos profissionais brasileiros acham que foram adequadamente preparados pelas escolas e universidades, enquanto no México esse mesmo índice é de 84%.
O crescimento nos últimos dois anos do interesse do público brasileiro pelos cursos online indica que muitos passaram a apostar na modalidade como saída para superar as deficiências. "O Brasil já se tornou um dos cinco principais mercados da Udemy e a nossa expectativa é triplicar os negócios no País em 2018", diz o country manager da plataforma, Sérgio Agudo.
Os conselhos dos usuários mais experientes certamente são importantes para quem está planejando entrar nesse mundo. "O ideal é começar com cursos baratos, rápidos e sobre temas com os quais já há certa afinidade", indica Débora Fortes, gerente de marketing da Technisys, empresa de tecnologia para o mercado bancário. Para Débora, essa estratégia permite descobrir aos poucos o modelo que melhor se adapta às preferências individuais. "Há os cursos que só dependem de você e os que incluem trabalho em grupo, os que precisam seguir um cronograma pré-estabelecido e os que podem ser feitos a qualquer tempo, os que preveem maior ou menor interação com os instrutores", exemplifica.
Depois de vários cursos rápidos, é provável que surja o desejo por um curso mais longo e, por consequência, mais caro. Nesse caso, é fundamental pesquisar bastante - uma das providências essenciais é buscar referências de quem já passou por aquela experiência. Muitos dos cursos mais aprofundados têm a chancela de instituições de ensino renomadas, o que pode ajudar na decisão. "Já paguei US$ 900 por um curso online que não me agradou, pois só trazia coisas que para mim soavam básicas. Por sorte dei esse feedback aos organizadores e eles me ofereceram outro curso do mesmo porte, só que mais avançado, para compensar a minha frustração", lembra.
"Os cursos pela internet ainda deixam a desejar no que diz respeito a conhecer pessoas, trazer gente nova para a sua rede. Mesmo nos casos que preveem algum tipo de interação, não é a mesma coisa. Nesse sentido, as atividades ao vivo e a cores continuam inigualáveis", diz.
Fonte: Valor Econômico