Importância de visitas periódicas ao dentista

Um machucado na boca que incomoda há mais de 14 dias e não cicatriza, dor persistente, nódulo ou espessamento na bochecha, manchas ou placas avermelhadas ou esbranquiçadas, nas gengivas, na língua ou na amídala: todos estes são sinais que não devem ser desprezados, pois podem ser um indicativo de câncer de boca. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou para 2016 a ocorrência de 15.490 novos casos, sendo 11.140 em homens e 4.350 em mulheres. A prevalência é maior no público masculino, a partir dos 40 anos de idade, o que não descarta a possibilidade de incidência da doença em outras faixas etárias, inclusive nas crianças.

Outros sintomas do tumor são dor e dificuldade para mastigar ou engolir, dificuldade de encaixar a prótese dentária, emagrecimento e mau hálito persistente. Caroços no pescoço geralmente estão relacionados ao avanço da doença. A próxima segunda, 27 de novembro, é o Dia Nacional de Combate ao Câncer. A Portaria do Ministério da Saúde GM nº 707, de dezembro de 1988, instituiu o Dia Nacional de Combate ao Câncer com a finalidade de mobilizar a população quanto aos aspectos educativos e sociais no controle do câncer.

Aproveitando a data, a Secretaria Municipal de Saúde faz um alerta sobre a importância da prevenção. “É fundamental que a pessoa, verificando um ou mais de um destes sintomas, procure o dentista para a avaliação clínica. E mesmo não havendo estes sintomas, é muito importante ainda assim ir ao dentista, a cada seis meses ou pelo menos uma vez ao ano, para realização do exame clínico e havendo suspeita, a realização da biópsia. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o câncer de boca tem 80% de chances de cura, se diagnosticado no início. Na maioria dos casos, a remoção cirurgica já é suficiente. Em alguns casos, há ainda a associação da cirurgia com a radioterapia ou a quimioterapia”, explicou Larissa Couto de Freitas, cirurgiã bucomaxilo que atende no CEO – Centro de Especialidades Odontológicas.

São considerados fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de boca: tabagismo (90% dos portadores são fumantes), consumo de álcool e exposição frequente ao sol sem proteção. O vírus HPV (papilomavírus humano), adquirido em relação sexual oral sem proteção ou pelo beijo, também pode ser um causador do câncer de boca. “Não há ainda na literatura, registros que comprovem a relação entre outros fatores e o câncer de boca, mas a nossa experiência diária em consultório mostra que higiene bucal deficiente e alimentação ruim, pobre em proteínas, vitaminas e minerais, são hábitos dos pacientes que desenvolvem o câncer de boca. Então, além de todas as outras medidas já citadas, manter a higiene bucal e ter uma alimentação balanceada e saudável, são medidas que podem ajudar na prevenção”, avaliou Larissa.

Em Poços, 12 equipes da Estratégia de Saúde da Família, possuem profissionais da saúde bucal. Além destas equipes, a Rede Municipal de Saúde conta com 19 dentistas, 8 técnicos e 3 auxiliares em Saúde Bucal da Atenção Básica, que atendem em 23 consultórios distribuídos em todas as áreas da cidade, inclusive na zona rural.

Os atendimentos também incluem procedimentos de média e alta complexidade, realizados pelo – CEO – Centro de Especialidades Odontológicas e pelo Hospital Santa Casa, respectivamente. Para os bairros que ainda não possuem equipes de saúde bucal, o serviço odontológico de atenção básica é oferecido pela Fungotac. Neste caso é necessário fazer o agendamento na Policlínica Central, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, na sala 13.

O custeio da saúde bucal é tripartite, ou seja, com a participação da União, Estado e Município, mas desde 2015 o Governo de Minas não faz os repasses dos valores devidos. “Mesmo com todas estas dificuldades, temos em Poços um serviço de saúde bucal em expansão, com ampliação dos atendimentos, inclusive com a inauguração de um novo consultório odontológico, na próxima semana”, finalizou o secretário de Saúde, Carlos Mosconi.