Medida Provisória 774

Pode causar demissão de 83 mil pessoas no setor de TI


Medida Provisória 774

Uma Medida Provisória está preocupando bastante quem trabalha com tecnologia da informação no Brasil. Caso a MP 774 seja aprovada, é possível que mais de 83 mil pessoas que trabalham no setor de TI fiquem desempregadas. O problema são as modificações da tributação sobre a folha de pagamento, que vêm sendo debatidas entre empresas e o Governo. Com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), as empresas do setor estão tentando mostrar ao Governo Federal e ao legislativo a importância da manutenção da política de desoneração da folha de pagamento ao setor. O fim da desoneração pode gerar esse tanto de demissões, de acordo com um estudo conduzido pela Brasscom, o que representaria um corte de quase 15% do total da força de trabalho atual. A Medida Provisória 774 determina o fim da tributação substitutiva, a fim de minimizar o crescente déficit das contas públicas. De um lado, o governo entende que a desoneração da folha não contribui para com a recuperação da economia, mas o estudo da Brasscom mostra que foram gerados mais de 95 mil empregos no setor de TI com forte formalização da mão de obra. Ainda de acordo com a associação, a remuneração cresceu 14,3% ao ano, atingindo R$ 28,8 bilhões, entre os anos de 2010 e 2015, enquanto a receita bruta atingiu o teto de R$ 78,1 bilhões, o que representa um crescimento anual de 12%.

Comparativo entre a realidade atual e o que pode acontecer caso a Medida Provisória 774 seja aprovada (Reprodução: Stefanini)

Para Sergio Paulo Gallindo, presidente executivo da Brasscom, a política de desoneração permitiu que muitos que trabalhavam como PJ fossem formalizados com carteira assinada, e “os números mostram que a desoneração foi estruturante para o setor, na medida em que aumentamos o faturamento das empresas, elevamos a remuneração dos trabalhadores e, principalmente, crescemos e formalizamos a força de trabalho, o que redundou em maior arrecadação para o governo”. A revisão dessa política de desonerações, contudo, não é consenso no governo. Há quem argumente no legislativo que o Brasil acabará fechando uma janela de oportunidades se não apoiar o setor de TI. De acordo com previsões de Maximiliano Martinhão, Secretário de Políticas de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, 65% das crianças de hoje exercerão profissões que ainda não existem, mas que estão ligadas ao desenvolvimento do setor. Segundo empresas e executivos de TI, a política atual de desoneração não se trata de protecionismo, mas sim de um estímulo à competitividade na indústria, sendo que o ideal para garantir isonomia competitiva e menos informalidade nas relações trabalhistas é que a alíquota seja mantida em 4,5% sobre o faturamento de softwares e serviços de tecnologia consumidos no Brasil, independentemente de sua origem, e obrigatória para todos. Dessa forma, a contribuição social se daria pelo consumo, e não em cima do trabalho.

  governo mercado

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