- Publicado em
- 28/12/2023
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Após prejuízo, o executivo afirma que vai reestruturar gestão da companhia.
O presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, reconheceu em teleconferência com analistas, que o mau momento vivido pela empresa, que reportou o primeiro prejuízo anual de sua história, é resultado de erros cometidos pela gestão da própria companhia. “Cometemos alguns erros. Está na hora de aceitar isso”, afirmou ele, reconhecendo que o momento é de “desconfiança” dos investidores em relação ao comando da BRF.
De acordo com Abilio, a BRF está ciente dos problemas, mas está buscando corrigi-los. Entre as principais “deficiências” da BRF, o empresário citou a “descentralização excessiva” da gestão da empresa e o marketing estratégico deficiente. Há alguns anos, as principais marcas da BRF (Sadia e Perdigão) vêm perdendo participação para rivais como a Seara, da JBS.
Para tentar reverter o quadro crítico, a BRF contratou a consultoria BCG para reformular seu modelo de gestão. Paralelamente, Abilio também constituiu um comitê para trabalhar por 90 dias nesse processo de reorganização. Além do próprio Abilio, fazem parte do comitê Walter Fontana, membro do conselho de administração da BRF e ex-presidente da Sadia, Eduardo D`Ávila, consultor com passagem pela Sadia, e José Carlos Magalhães, sócio do fundo de investimento Tarpon.
O fato é que a conjuntura também não ajudou, e a recessão da economia brasileira não poupou a BRF nem mesmo nas festas de Natal e Ano-Novo. Líder do mercado brasileiro de alimentos processados, a BRF inclusive voltou a perder participação de mercado no país no quarto trimestre. E foi nesse contexto que a companhia, que passou boa parte do ano passado pressionada pela disparada das cotações do milho no País, registrou o primeiro prejuízo anual desde que foi criada, em 2009, a partir da incorporação da Sadia pela Perdigão.
Conforme publicou o Portal SM , o prejuízo líquido foi de R$ 372 milhões, ante um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões em 2015. E no quarto trimestre, quando normalmente os resultados melhoram com as vendas de carnes típicas das festas de fim de ano, as perdas alcançaram R$ 460 milhões.
Fonte: Valor Econômico