Terceira idade “hiperconectada”

Ligada à tecnologia e nas redes sociais


Terceira idade “hiperconectada”

Dona Rachela Gleiser tem 85 anos é artista plástica, vó de 3 netos, mãe de dois filhos, viúva há 20 anos e muito conectada. Conversei com ela nesta sexta-feira (17) através da indicação do professor de informática dela. Sim, professor de  IN-FOR-MÁ-TI-CA! Dona Raquel, como ela gosta de ser chamada – e também como assina os quadros que pinta –  contou a reportagem que quis aprender mais sobre computadores e a internet para ficar atualizada. Segundo ela, seu primeiro computador foi comprado com a ajuda técnica do professor e ela usa o dispositivo para se comunicar com amigos e familiares.

“Eu me dediquei muito ao computador e isso me completou, me trouxe atividade – eu tenho a impressão que é a informática que nos busca. O mundo digital nos proporciona tanta coisa boa que a gente acaba aceitando que é necessário aprender mais. Em parte é isso, eu uso para a comunicação, porque também facilita e agiliza tudo” – contou.

Foto: Rogerio da Silva Agencia RBS

A dona Rachel contou durante a entrevista que teve sua arte divulgada em várias exposições pelo mundo, a repórter aqui foi pesquisar na internet e acabou entrando quadros assinados pela artista à venda em um importante site de compras. A Dona Rachel Gleiser é exemplo de perfil para esta ‘nova terceira idade hiperconectada’.

Uma pesquisa feita pela Senior Lab e a Segmento Pesquisas, em todo o Brasil, traz dados interessantes sobre esse público chamado de 60+ (que idosos acima de 60 anos ou chamados também de ‘a terceira idade’). Cada vez mais conectados e adaptados às novas tecnologias, essa parte da população compra pela internet, está nas redes sociais e faz pesquisas e buscas especializadas.

Estudo realizado pela Senior Lab no primeiro semestre de 2016

Segundo o estudo “Nova Terceira Idade Hiperconectada”,  64% dos entrevistados usam smartphones, 15,3% das pessoas possuem perfil no Facebook, 89% tem o app WhatsApp instalado no celular  e 49% fazem compras na internet. O tempo médio de conexão é de 73 minutos por dia. A média do brasileiro é de 213 minutos, para o público geral. Segundo o sócio-diretor da Senior Lab, Martin Henkel, os sites precisam atentar para este público específico dos 60+.

“O tempo que eles ficam conectados embora seja curto é bem utilizado, isso nos passa um recado. Os sites precisam ser mais claros, objetivos, a linguagem mais direta, com pouca animação, os 60+ querem ir direto ao assunto com grande facilidade. O que a gente constatou na pesquisa, pelo perfil e descrição dos equipamentos que os entrevistados tinham em casa, é que o smartphone e o tablet estão trazendo a facilidade de utilização, facilitando a aprendizagem de uso. Os recursos mobile e, principalmente, o touch facilitam a vida do idoso que consegue fazer a navegação de forma mais intuitiva” - explicou.

O público 60+ se revela como uma oportunidade no mercado de consumo.

“Não se esperava que a gente viveria tanto, não se esperava que uma pessoa com mais de 80 anos estaria fazendo planos para um cruzeiro no ano que vem. Estas pessoas estão consumindo e neste momento – onde a economia está balançando – muita insegura, uma população que tenha uma renda fixa garantida por aposentadoria, acaba trazendo estabilidade para o mercado. Essa é uma população que tem um poder de compra grande. Eles tem peculiaridades de compra, tem tempo, eles são exigentes, eles têm dinheiro e querem ser bem atendidos” – enfatizou o pesquisador.

A reportagem também conversou com o especialista em design multimídia e técnico da informação,  Nilton Weiner – ele é o professor de informática da dona Rachel Gleiser. Nilton explicou que no Instituto Login, onde dá aulas para muitas pessoas com idades entre 40 e 85 anos – uma das dificuldade é estabelecer o pensamento linear ao lidar com computador. A internet é cheia de links, armadilhas, vírus e isso precisa ser ensinado com mais detalhamento e muita paciência, segundo ele.

“Eu dou aula há 2 anos e meio e o que os alunos procuram nos cursos é o nível básico dos computadores, smartphones e tablets. Principalmente para poder se manter informados, buscar músicas, games, filmes, fazer transações bancárias com segurança, realizar compras – enfim estarem ligados  - já que o mundo deixou de ser analógico e passou a ser digital e é também uma necessidade de se manter vivo e ligado” – explicou professor Nilton.

O professor Nilton também deu aulas para o narrador Pedro Ernesto Denardin, que gravou um vídeo contando sua experiência com as novas tecnologias. Assista:

O CEO da Fabulosa Ideia, também professor e especialista em marketing e mídias digitais, Rafael Terra destaca oito itens interessante e curiosos sobre o comportamento dos 60+ na internet; veja:

1) A rede social preferida dos idosos é o Facebook;

2) O aplicativo mais baixado por eles é o whatsapp;

3) Os 60+ são os que mais comentam no Facebook. Eles amam tudo que for interativo e emocional nesta rede;

4) Os idosos tambem são mais receptivos na publicidade nas redes sociais, diferente dos jovens, por exemplo;

5) Eles ainda estão descobrindo outras redes como o Instagram, mas ainda estão pouco por lá, Snapchat e outras mídia longe deles;

6) A terceira idade está super conectada, principalmente, no turno da noite, o que quebra aquele paradigma que idoso dorme cedo;

7) Um dado curioso é que jogos no Facebook tem mulheres acima de 60 anos como seu público mais engajado;

8) E por último, eles ainda compram pouco em e-commerce se comparado com outras faixas etárias, mas este dado cresce cada ano.

 

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/conecte/2016/06/18/ligada-a-tecnologia-e-nas-redes-sociais-conheca-a-terceira-idade-hiperconectada/?topo=52%2C1%2C1%2C%2C171%2Ce171

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  • Publicado em
  • 05/12/2023
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