- Publicado em
- 28/12/2023
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A época das chuvas demorou pra chegar, mas o que poderia ter ajudado a diminuir os casos de dengue, acabou se tornando a possível razão de um aumento de mais de 57% em janeiro de 2015, se comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
“Diante da falta d’água e início do racionamento no auge do verão, a população armazenou o líquido para as necessidades básicas. Porém, o mau acondicionamento em recipientes destampados pode ter se tornado o habitat perfeito para o desenvolvimento do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue”, comenta o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, José Ribamar Branco.
A dengue é uma doença infecciosa, que pode causar uma diminuição na quantidade de plaquetas, induzindo sangramento, e de leucócitos, glóbulos brancos que integram o sistema imunológico. “Atualmente, há quatro subtipos, no Brasil: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, sendo o sorotipo mais comum o DEN-1, responsável por mais de 80% dos casos. A dengue hemorrágica é a evolução de um caso clássico da doença por falta de diagnóstico e acompanhamento médico ou por automedicação”, esclarece.
Segundo o especialista, os primeiros sintomas da doença aparecem cerca de cinco dias depois da picada do mosquito. “Os mais comuns são febre alta, dor nos ossos e articulações, cansaço e moleza, dor de cabeça atrás dos olhos, tonturas, náuseas e vômitos, perda de apetite e de paladar. Após esse período, manchas vermelhas aparecem no corpo do paciente infectado”, detalha.
O diagnóstico da dengue é feito por uma conversa entre o médico e o paciente (anamnese), no consultório, porque o vírus só apresenta resultado positivo no exame de sangue após sete dias do início dos sintomas. “Porém, não é possível diagnosticar a dengue apenas com base nos sintomas, pois eles são os mesmos de qualquer doença infecciosa. É preciso também avaliar se há um surto próximo ao local de convivência do paciente”, revela.
A dengue não é considerada uma doença de risco, quando acomete uma pessoa saudável e tem o devido acompanhamento médico, mas exige cuidados em pacientes com doenças crônicas, idosos e crianças. “Não existe um tratamento específico para a doença. São receitados medicamentos sintomáticos para combater a febre e a dor e é feito o acompanhamento da quantidade de plaquetas e leucócitos. Apenas um médico poderá indicar o medicamento adequado. A automedicação pode levar o paciente ao óbito”, alerta.
Fontes: Infecto.org; Sociedade Brasileira de Infectologia; Crédito Imagem - Vírus Influenza renjith krishnan