- Publicado em
- 28/12/2023
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O tênis – um dos esportes mais praticados em todo mundo – é, seguramente, uma das poucas modalidades que apresentam uma alta frequência de iniciação esportiva tardia, o que a torna bastante atraente. O fato de ser um esporte praticado ao ar livre – associado à facilidade de encontrar parceiros para jogar – faz com que muitos adultos que nunca tiveram contato com a modalidade elejam o tênis como um meio para obtenção de níveis satisfatórios de atividade física. Para além desses fatores há a vertente competitiva do esporte, que também atrai um grande número de praticantes. A participação em competições (profissionais e amadoras) ocorre em todos os âmbitos de prática, abrangendo desde disputas internas de clubes até eventos internacionais para tenistas acima de 85 anos de idade. Do ponto de vista dos benefícios à saúde – de acordo com os resultados de diversos estudos realizados com tenistas com níveis técnicos distintos (competição e amadores) – verifica-se que são inúmeros. A prática regular do tênis, de um modo geral, contribui para a redução da percentagem de tecido adiposo, para as melhorias do perfil lipídico apresentado pelo praticante e da condição aeróbia, além da manutenção do peso corporal e para o combate à osteoporose. Para os profissionais de Educação Física, o Tênis também revela-se como uma excelente opção de atuação profissional. Depois das brilhantes conquistas de Gustavo Kuerten (mais conhecido como Guga), que, no período entre 1997 a 2003 ajudou a colocar o Brasil em evidência na Era Aberta do Tênis Profissional, este esporte apresentou um aumento significativo no número de praticantes. E eles precisam de professores. A maior parte dos praticantes de tênis no país apresenta nível técnico iniciante ou intermediário, o que aumenta – consideravelmente – a procura por aulas e a vendas de materiais e, consequentemente, aquece o mercado da modalidade no país. As alternativas de trabalho para os profissionais capacitados na área são inúmeras e, de um modo geral, constata-se um retorno financeiro significativamente superior aos valores pagos aos profissionais de Educação Física e Esporte. As opções tradicionais – como a iniciação e o treinamento esportivo para crianças e adultos em clubes e academias – ainda apresentam boas perspectivas de inserção principalmente nas cidades de porte médio e pequeno. Para além destas, nos últimos anos constata-se um grande aumento no número de quadras de tênis, principalmente em condomínios particulares. Observa-se assim o aparecimento de novos campos de trabalho, como o serviço de personal tennis, arbitragem, escolinhas, tênis nas escolas, docência e pesquisa no ensino superior, organização de eventos esportivos, entre outras opções. Infelizmente os profissionais de Educação Física e Esporte ainda não se atentaram para este amplo mercado de trabalho e para a escassez de profissionais habilitados para trabalharem com a modalidade no país. Pouquíssimas faculdades oferecem a disciplina ‘Tênis’ em sua grade curricular. Dessa forma sugiro aos acadêmicos que, desde os primeiros semestres da graduação, procurem estágios em clubes e academias que ofereçam a modalidade, participem de cursos específicos de formação e que procurem se atualizar através de livros e artigos destinados à modalidade.
CAIO CORTELA - Professor
Vice-presidente da Federação Paranaense de Tênis (FPT) e coordenador do curso de Especialização em Tênis da Universidade Estácio de Sá.